quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mona - Capítulo 3 - pt 1

A manhã nasceu fria e escura. No fundo dos cânions a luz chegava quase sem intensidade e não aquecia os ossos dos cinco exploradores. Carlo não permitiu que parassem para pensar no que aconteceu na noite anterior. Ajudou Jeremias a incinerar o corpo de Tin Huan, fez uma última homenagem ao amigo, desarmou o acampamento e fez com que partissem, em marcha acelerada, como se estivessem fugindo dos fantasmas de um passado muito recente.

Iam em silêncio, cada qual mergulhado em seus pensamentos. Mesmo Margarida permanecia estranhamente quieto e cabisbaixo. Os quilômetros passavam por eles, despercebidos, e quando, ao final de um dia inteiro de marcha, pararam para montar acampamento, já estavam muito longe daquele local fatal.

No dia seguinte o ritmo continuou o mesmo. Mona seguia em silêncio, imersa em seus próprios pensamentos. Não tivera tempo de se afeiçoar a Tin Huan, mas a própria história do guerreiro a tocava e, agora, ela se sentia culpada pela sua morte. Seu capricho de menina mimada a havia levado até ali, sem medir as conseqüências dos seus atos. Nesse momento ela pensava se aquele fóssil valia tudo aquilo.

No final do segundo dia eles se aproximaram de um vale profundo e largo. Lá eles armaram acampamento. No dia seguinte chegariam ao seu destino. Mona Sentou-se próximo a Canjica, para ajudá-lo a fazer o jantar, enquanto os outros reconheciam o terreno em volta do acampamento. O jovem parecia perdido em seus próprios pensamentos. Sem olhar diretamente para ela falou.

- O-o-o Tin me salvou a vida du-duas vezes.
- Você gostava muito dele, né?
- Go-gostava s-s-sim. E-ele não era de fa-falar muito, ma-mas era me-me-meu melhor a-a-amigo.
- E-ele nun-nunca me sa-sacaneava qua-quan-quando eu n-n-não conseguia f-f-falar. E-ele gos-gostava de m-m-mim.
- Mas todos gostam de você. Eu gosto de você.
- V-v-você não en-en-entende. E-ele qua-quase mo-morreu pra me sal-sal-salvar.
- Como foi?
- Q-quando os pi-pi-pirat-tas pe-pe-garam a g-g-gente. E-e-eles co-co-co-co...
- Colocaram?
- Isso, o-obrigado. Colocaram f-fogo na na-nave, comigo d-d-dentro. O Tin ma-ma-matou dois pi-piratas e entrou na na-nave pra me ti-ti-tirar do meio do f-f-fogo. E-eu ia mo-mo-morrer quei-ma-ma-do.
- Puxa, ele foi corajoso.
- E-ele era meu a-a-amigo. Eu teria Fe-feito o mesmo por ele. – respondeu Canjica com convicção.
- Imagino que sim. Vocês são tão amigos entre si. Eu nunca tive amigos. Pelo menos não como vocês são.
- A-a gente já pa-passou muita co-coisa junto. Se eu n-não con-confiar neles, vou confiar em- em quem, né?
- Vocês já perderam outros amigos antes.
- Já s-s-sim. Mas não que-quero f-f-falar so-sobre isso não.
- Tá bom, me desculpe.
- S-sem problemas. Vo-você é legal. É uma de n-nós. Qualquer um de nós se-se arriscaria pra t-te ajudar.
- Puxa, obrigada Canjica.

- O que ele falou é verdade – disse Carlo do seu canto. – Os rapazes te consideram uma de nós. Espero que você compreenda e corresponda a isso quando chegar a hora.

Mona abaixou a cabeça e respondeu devagar. Mais para si mesma que para Carlo.

- Eu espero poder corresponder.

- Fique tranqüila. Você vai. – ela ouviu a voz rascante de Jeremias

- Nós aqui só temos uns aos outros. – Continuou Carlo. – Temos que confiar apoiar um ao outro. Por mais que a gente se estoure e brigue entre si, somos sempre um grupo. Entre nós o desejo de um não pode ser maior que a necessidade do grupo. Você tem demonstrado que é capaz de lutar conosco. Os rapazes te consideram uma igual e morrerão para salvá-la. Espero que você não os decepcione.

- E você? Como você me considera?
- Isso não importa. Mas eu também me arriscarei a morrer por sua causa. Lembre-se disso.
- Eu me lembrarei.
- Ótimo.

No dia seguinte, logo após o raiar do dia, o pequeno grupo arrumou suas coisas, armou-se e seguiu rumo às ruínas da aldeia alienígena. Ao longe podiam divisar os restos de edifícios de pedra e barro, a maioria já bastante destruída pelo tempo.




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Depois de algumas horas de caminhada em uma planície limpa e clara eles chegaram à beira do vale onde se encontrava seu destino. Nuvens baixas escureciam a manhã e em alguns pontos pareciam se juntar às copas das imensas árvores da floresta tropical que ficava entre eles e as ruínas. Eles deveriam atravessá-la para chegar até a cidade alienígena.

Um cinturão de altas paredes rochosas o circundava o vale quase completamente. Uma grande cachoeira era visível à distância, desabando do alto do Cânion e alimentando o grande rio que cortava todo o vale, seguindo serpenteante, do norte para sudeste. Uma névoa branca pairava próximo ao pé da cachoeira, de onde subia um pequeno arco-íris. Dos troncos das árvores da velha floresta pendiam verdes trepadeiras e um cipoal amarronzado que chegava próximo ao solo e que poderia sustentar o peso de vários homens. Bandos de pássaros silvestres voavam por sobre as copas folhosas. O verde claro do céu de Fidis se misturava às folhagens, dando a tudo um ar meio fantasmagórico e emaciado.

Um estranho animal sobrevoou a floresta soltando trinados altos e agudos, angustiantes. Se parecia com uma ave de rapina comum, mas seu corpo era inteiramente coberto por uma grossa pele acinzentada. Seu bico recurvo parecia afiado e cruel. A sua presença fez as outras aves fugirem assustadas e ligeiras, mas com um mergulho veloz o animal se lançou sobre uma das aves e com um golpe certeiro a abateu. Carlo e Jeremias trocaram um olhar apreensivo mas nada comentaram.

Do ponto onde se encontravam não era possível enxergar quaisquer trilhas que pudessem levá-los até a cidadela. Teriam que enfrentar o meio da floresta com seja lá quais perigos ela abrigasse. Carlo olhou novamente para a colorida figura de Margarida, que nessa manhã ostentava uma enorme pluma vermelha fixada no chapelão cor de rosa, de abas largas, que combinava com a capa e as botas cor de sangue e contrastando com uma bela camisa de seda branca e com um lenço também de seda no pescoço. O grande guerreiro balançou a cabeça em sinal de desespero e começou a descida até a beira da floresta. Nunca se acostumaria com os gostos de Margarida.

Seguindo os passos de Carlo, Jeremias e Mona caminhavam em silêncio, observando a floresta em frente, buscando, em vão, um caminho para alcançar as ruínas. Jeremias carregava seu lança-chamas no ombro, duas pistolas nos coldres e uma grande mochila com explosivos e detonadores nas costas. Carlo também portava ostensivamente seu armamento. Atrás de Mona, Margarida caminhava alegremente, assobiando uma canção de cabaré e segurando um fuzil neurônico entre os braços. Apesar de sua aparente displicência, ele trazia sua arma pronta para uso e, reparou Mona, duas facas estavam cuidadosamente amarradas nos seus antebraços. A jovem não duvidaria se lhe dissessem que ele tinha alguns explosores nas botas ou outras armas escondidas. Fechando a fileira Canjica se mantinha em alerta todo o tempo. Seu explosor estava armado nas mãos e em suas costas ele carregava um fuzil neurônico.

Desceram a encosta cautelosamente, estudando a grande floresta. Ouvindo seus sons e reconhecendo suas cores. Uma brisa leve lhes trazia um odor pesado de turfa e madeira apodrecida que incomodava as suas narinas. O grito desesperado de algum animal sendo caçado. Um brilho prateado refulgiu sob a luz fraca do sol de Fidis. Embaixo das copas frondosas havia mais sobras que luz, apesar de estarem em pleno meio dia.

Após um almoço rápido começaram a procurar uma trilha que os ajudasse a atravessar a densa mata que havia à sua frente. Finalmente acharam uma antiga trilha feita por animais, que seguia para dentro da floresta, provavelmente até a margem do rio. Combinaram que a seguiriam até alcançar a margem, então subiriam o rio até a cidadela dos alienígenas.

O sol frio de Fidis ia alto quando eles finalmente penetraram a floresta. Apenas uma luz difusa chegava ao solo, deixando o ambiente em torno com uma estranha aparência fantasmagórica e lúgubre. À sua volta sons abafados denunciavam que não estavam sozinhos. Que estranhos animais habitariam aquele lugar eles não poderiam saber. As lanternas acesas em força máxima iluminavam olhos brilhantes que os seguiam e espreitavam. Os cinco caminhavam lentamente, com as lanternas em uma das mãos e uma arma na outra, prontos para repelir qualquer ataque.

Em muitos trechos a trilha desaparecia totalmente, coberta de musgos e matos, e ele perdiam um grande tempo procurando-a novamente. Em muitos momentos foram obrigados a usar seus facões para abrir trechos de trilha já perdidos para a floresta. Em duas ocasiões grandes troncos de árvores caídas os fizeram sair da trilha e contornar pelo meio da floresta fechada. Galhos cheios de espinhos roçavam seus rostos e braços, arranhando a pele e em alguns momentos rasgando suas roupas. Em pouco tempo Margarida foi obrigado a guardar a sua grande capa vermelha.

Depois de algumas horas de uma difícil caminhada ouviram à sua direita o rouco soar do grande rio. Ouvir aquele som os animou e deu esperanças de que conseguiriam chegar, pelo menos, às suas margens antes do anoitecer. Apertaram o passo e com energia redobrada seguiram em frente mas por mais que caminhassem a margem do rio não chegava nunca. Quando a luz do sol se foi Carlo ordenou que parassem e montassem acampamento ali mesmo. Limparam uma pequena clareira, acenderam um fogo. Depois sentaram para comer alguma coisa e descansar depois de um longo dia.

A noite foi longa e angustiante. Ruídos de passos que se aproximavam e afastavam a todo instante denunciavam que eles não estavam sós. A luz da fogueira atraía insetos que se chocavam contra seus rostos e lhes mordiam a pele. Mais ou menos no meio da noite um animal, parecido com um pequeno lobo, se aproximou da tenda de Carlo, mas se afastou rapidamente quando o guerreiro de moveu.

Finalmente o sol despontou e o grupo se pôs novamente em marcha. O som das águas tormentosas do rio se aproximava cada vez mais até se tornar um troar ensurdecedor. Deviam ter se desviado muito para o norte e estar agora mais próximos da grande cachoeira. A realidade surgiu para o grupo ao meio dia, quando saíram de trás de uma grande touceira e se viram frente a frente com o forte rio. As águas corriam velozes em meio a um leito de pedras e grandes formações calcárias. A espuma branca cobria parte dos rochedos pontiagudos. A margem oposta ficava a mais de duzentos metros de distância. Ali seria impossível fazer a travessia.

Decidiram seguir o rio, em busca de um ponto onde ele fosse navegável. Canjica então montaria o pequeno bote e eles fariam a travessia calmamente. Foram necessários mais dois dias de caminhada até encontrarem um ponto onde as águas corriam calmas e tranqüilas, propícias à navegação. Armaram o bote, que nada mais era do que um molde de matéria plástica que era tornada sólida ao ser submetida a uma carga de partículas ionizadas e era impulsionado por um pequeno motor de subatômico. Uma vez montado o grupo se alojou no bote e rapidamente atravessou o grande rio.

- Qual a distância até as ruínas? – perguntou Mona a Carlo, enquanto faziam a travessia.
- Creio que mais dois dias de caminhada, se a mata aqui não for mais cerrada que a que atravessamos agora.
- Você já foi lá alguma vez?
- Não. Estudei o relatório dos pesquisadores.
- Achou alguma coisa interessante no relatório?
- Você não leu?
- Não.
- Agora entendo porque você quis vir até aqui.
- Como assim?
- Dos trinta e cinco pesquisadores que vieram explorar as ruínas apenas quatro voltaram. Dois deles em estado de completa demência. O relatório foi feito a partir de relatos dos outros dois sobreviventes. Mas está bastante incompleto e em alguns trechos completamente incoerente.
- Diz o que aconteceu com eles?
- Não. Eles não se lembram de quase nada. Falam um pouco das ruínas e depois de uma lua.
- Como assim lua?
- Também não entendi. Eles dizem que conversaram com uma lua.
- Que estranho.
- Você deveria ter lido o relatório.

Instantes depois o bote encostou na margem direita do grande rio. Em poucos dias estariam face a face com as ruínas.
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- Acho melhor armarmos o acampamento aqui, por segurança. Margarida, você e Jeremias façam uma vistoria no terreno e armem as armadilhas e alarmes. Não quero ser pego de surpresa quando estiver dormindo. Canjica e senhorita Mona, por favor, limpem o terreno e levantem as tendas. Vou dar uma volta para ver se encontro alguma trilha.
- Pode deixar, chefinho!
- uhmm.
- Tu-tudo b-b-bem senhor.
- Ótimo. Vamos trabalhar.

Rapidamente o grupo se separou e cada um se incumbiu de realizar suas obrigações. Com uma arma em cada mão Carlo embrenhou-se na grande floresta em busca de uma trilha que os levasse até as ruínas alienígenas. Com a ajuda de um pequeno desintegrador portátil Mona e Canjica rapidamente limparam o terreno e depois acionaram os armadores, que levantaram as cinco tendas em poucos segundos. Prepararam o jantar e se puseram a esperar os outros. Cerca de uma hora depois Margarida e Jeremias já estavam de volta ao acampamento.

- O que você espera encontrar lá nas ruínas ?

- Evidências e fósseis sobre a antiga civilização que viveu aqui antes da nossa chegada. Essa é a primeira prova de uma civilização não humana da história. E aparentemente era dotados de inteligência e uma cultura avançada. Depois de quase três mil anos de procura, desde que os humanos saíram da Terra para explorar o espaço, esse é o primeiro registro de uma civilização alienígena. É muito importante para nós sabermos mais sobre eles.

- Por q-quê é t-tão im-importante a-assim?

- Primeiro porque prova que não estamos sozinhos e essa sempre foi uma das perguntas que o ser humano sempre fez. Se estávamos sozinhos no universo. E também para nos ajudar a estarmos preparados para o caso de uma tentativa de contato. Se eles ainda existirem e tentarem nos contatar precisamos saber o máximo possível sobre eles. Sua cultura, sua linguagem, seu nível de avanço tecnológico. Se são hostis ou pacíficos, etc.

- E você espera descobrir tudo isso nas ruínas? Ah, benzinho, acho que você está querendo demais, não? São só ruínas.

- Não Margarida, com as técnicas certas de pesquisa podemos extrair muito dessas ruínas. É claro que podemos não conseguir tanto quanto eu espero, mas de qualquer forma vamos conseguir muito mais que temos hoje. E isso é muito importante para a raça humana.

- Uhmm. Eu só preciso saber se os aliens pegam fogo e se eles explodem. O resto deixo pra vocês, cientistas.

- Há, há, há. Pode deixar Jeremias, com certeza eles explodem, mas espero sinceramente que você não precise explodir nada por aqui.

- Uhmmm

- Cadê o Ca-carlo?

- É mesmo, ele já saiu há mais de três horas. Já está quase de noite e ele ainda não voltou.

- Carlo sabe o que faz. – Replicou Jeremias secamente.

- Tá bom. Só fiquei preocupada.

Nas horas seguintes os quatro aventureiros permaneceram no acampamento conversando e aguardando o retorno do seu líder. Mesmo com a chegada da noite o grande guerreiro não retornou. O grupo estava preocupado com sua sorte mas, num acordo não verbalizado, ninguém comentou nada. Apenas aguardaram o seu retorno. Horas e horas de angustiante espera se passaram.

A noite já ia alta quando Carlo saiu da mata. Vinha cambaleante, quase se arrastando pela areia. Estava muito ferido, com um grande corte na fronte, que sangrava fortemente, manchando o que restava do seu uniforme. Ele havia perdido as suas armas e todo o equipamento que tinha levado na exploração. Estava sem o capacete e os braços de sua armadura haviam sido arrancados deixando um rastro vermelho na camisa branca que ele usava por baixo. Sua mão esquerda estava esmagada e no lugar dos dedos haviam apenas tocos de ossos e restos de pele.

Os outros correram para ajudá-lo e com uma maca o levaram para sua tenda, onde foi gentilmente deitado numa cama de armar. Margarida lhe aplicou os primeiros socorros, mas muito pouco podia ser feito. Ao retirar o que restou da armadura até mesmo Jeremias se afastou horrorizado. O peito do soldado havia sido aberto e era possível ver o seu coração pulsando fracamente em meio à carne e aos ossos do seu tórax. Carlo balbuciava palavras desconexas e parecia estar sofrendo de fortes alucinações.

Ao pousar os olhos sobre Mona o grande soldado se soergueu na cama e disse em tom de urgência.

- A lua ainda está viva. Fujam daqui. Vão embora, me deixem morrer e vão embora daqui. A lua está viva. Ela quer você. Ela sabe que você está vindo. Fuja. Vá embora. Não encontre a lua. Ela vai te matar como matou a mim.

- O que ele está dizendo? – perguntou Mona para Margarida, que estava de joelhos ao lado da cama, tentando estancar o sangue e fechar a ferida.

- Sai daqui senhorita. Ele ficou agitado ao te ver. Não vou conseguir fechar a ferida com ele assim. – Gritou Margarida, o jeito afeminado esquecido num canto de sua personalidade, com uma urgência que fez Mona virar-se e correr para fora da tenda. O choro e o desespero se apoderaram dela e sem conseguir se conter Mona chorou copiosamente.

Até ali Carlo havia sido a base de sua expedição. O cérebro por trás de cada passo. Ele sempre soube o que e como fazer para tirá-los de todas as situações difíceis e sempre indicou o caminho. Agora estava ali, à beira da morte, balbuciando palavras incoerentes e sem conseguir se mover direito. Mona se sentia impotente. Queria ajudar mas sabia que não havia como. Não podia nem mesmo se aproximar dele e beijá-lo como tinha tido vontade tantas vezes antes, ao longo desses dias, quando ele lhe emprestava o braço forte para passar por algum obstáculo. Agora ela percebia que havia se apaixonado por ele e que seu amor estava ali, na tenda ao lado, morrendo.

Várias horas se passaram sem que ela tivesse nenhuma notícia de como Carlo estava. Sem conseguir aguardar mais a jovem levantou-se e se dirigiu à tenda onde Carlo ainda sobrevivia. Jeremias tentou impedi-la de entrar mas Mona o empurrou de lado e passou por ele como se não o visse. O rosto de Carlo estava plácido e tranqüilo. Suas feridas estavam escondidas embaixo do lençol que lhe cobria o corpo. Olhando para ele Mona reviu o homem que lhe havia salvo a vida inúmeras vezes nas últimas duas semanas. O grande guerreiro estava morto e nada havia que ela pudesse fazer. Chorando muito Mona abaixou-se e beijou os lábios frios do homem que havia despertado seu amor.

O Deus de Aço havia caído.

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