quarta-feira, 1 de abril de 2009

Casa Nova

Pessoal, agora estou escrevendo como colunista do SeR e para comemorar o sucesso do primeiro mês do site, que alcançou mais de 75.000 páginas visitadas e cerca de 10.000 novos visitantes, estamos com uma excelente promoção.

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E essa é apenas a primeira promoção do nosso site. Clique aqui e conheça o Sexo e Relacionamentos, onde os problemas de relacionamentos são discutidos por quem entendo do assunto.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Partida

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Natal


Luzes brilham por toda a cidade. Pelas janelas dos apartamentos o brilho intermitente das árvores de natal despeja alegria e felicidade pela noite. O som da musica, dos risos e das conversas em voz alta lembra que famílias estão reunidas em volta da mesa, festejando. Independente de qual religião seguem, todos estão comemorando e se unindo em preces, rezas, ou simplesmente abraços.

Na rua João caminha sozinho e sem rumo. Sozinho na cidade ele sente falta de sua família e das festas de natal que passava entre irmãos, primos e tios. Caminha devagar, sem rumo e sem pressa de voltar para seu pequeno apartamento. Não olha para onde vai, apenas segue caminhando, um pé diante do outro. Caminhando e seguindo a rua vazia, ouvindo os risos e os cânticos de natal, querendo estar sentado em volta de uma mesa, brindando com a taça cheia de vinho.

Se notar seus pés o levam até uma pequena loja de conveniências que ainda está aberta. Dentro alguns homens bebem cerveja e assistem na TV o especial de fim de ano. Estão em um silêncio soturno e triste. Todos eles querendo estar distante dali. Todos, como ele, sonhando com risos de criança e com presentes em baixo de uma árvore de natal.

No balcão uma menina atende aos homens, contando as horas para fechar e correr para casa. O abraço de sua pequenina a espera. João senta-se num tamborete em frente ao balcão e pede um café. Por ali fica sem ter para onde ir. Deixando o tempo passar. Vendo a noite de natal por uma tela de TV.

Aos poucos os homens vão se levantando e partindo. Cada um que sai deseja a todos um feliz natal e dá um beijinho na jovem, que sorri encabulada e deseja que tenham uma ótima noite. Já era tarde. O bar já vai fechar. João reluta em pagar a conta e voltar para a noite fria e solitária até que uma voz gentil lhe pergunta.

- Oi, você já terminou?
- Ah, desculpe. Terminei sim. Quanto eu te devo?
- São só dois reais. É quase meia-noite. Você não vai para casa festejar?
- Não sei. Acho que vou andar mais um pouco por aí.

Uma voz grave pergunta às suas costas.

- Você não tem para onde ir, filho?

João se vira e fala para o homem que estava atrás dele, o dono da loja.

- Não. Minha família mora longe e eu não pude viajar para lá. E não quero ficar em casa sozinho. Vou andar um pouco.

A menina vira-se para o homem mais velho e diz.


- Pai, ele não pode passar conosco?
- Sim. Venha conosco, filho. Ninguém deveria ter que passar o natal sozinho.


Agradecendo muito João seguiu Alceu e Elvira até a pequena casa onde moravam. Sentaram-se em volta de uma mesa cambaia e comeram e beberam, riram e se divertiram. No lugar do grande Peru de Natal que sua mãe fazia para sua família, havia um pequeno frango. No lugar de vinhos, cidra e água. No lugar de muitas luzes e gente apenas um lampião no centro da mesa e Alceu, Elvira e a pequenina Julia, que passou a noite sentada em seu colo, até dormir aconchegada em seu peito. No chão a cachorrinha Banana brincava e abanava o rabinho peludo, pedindo um ossinho do seu frango.


João olhou para aquelas pessoas e se sentiu tão feliz quanto seria possível. Era natal e no natal ninguém deveria ficar sozinho.



Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Mais uma parte de Mona

Postei mais um bom trecho do Mona, mas para manter a ordem do texto fui obrigado a colocá-lo no final do outro, com data mais antiga.
Espero que gostem.

[]s Marcio

Espera

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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Obsessão

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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Vento



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quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Praia


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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Vício

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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mona - Capítulo 1 - pt 1


Mona

A tarde caía clara sobre a pequena aldeia de Nhagha. Da varanda de sua casa Simone observava os trabalhadores, que voltavam dos campos entoando canções de trabalho, carregando nos ombros as ferramentas que usavam para lavrar a terra, seguindo o curso sinuoso do grande rio que banhava o vale.

Depois do grande ataque aéreo que devastou o planeta cinqüenta anos atrás, os poucos sobreviventes saíram das cidades rumo o interior, abandonando as grandes metrópoles, como Centauria, cujas ruínas Simone divisava ao longe, à sua própria sorte.

Com o tempo a cidade virou um amontoado de destroços fantasmagóricos, que fascinavam e assustavam os aldeãos. Contavam-se histórias de sons e sombras que percorriam a cidade à noite. Diferente do que acontecia com os demais, as ruínas fascinavam a jovem Simone. Foram inúmeras as vezes em que ela escapou da vigilância de sua mãe e correu para o centro da cidade onde sentava sozinha no que restava da antiga biblioteca e sonhava com amores impossíveis, com grandes espaçonaves de batalha sobrevoando a cidade, com vida e morte, amor e traição, com os grandes heróis daquele tempo. E lá usando uns antigos leitores que ainda funcionavam precariamente, ela sozinha aprendeu a ler e a escrever.

Aos quinze anos, Simone era uma menina alta, magra e com longos cabelos castanhos que caíam em ondas sobre seus ombros estreitos e frágeis, sua pele ela clara, mas queimada pela irradiação dos dois sóis de Centauri, o que lhe dava uma bela aparência de vitalidade e saúde. Sua beleza exótica era realçada pelos lábios vermelhos, não muito grossos nem muito finos, que quando se abriam em um sorriso eram capazes de desarmar o homem mais raivoso. Seu rosto era fino, com maçãs altas e bem definidas. Seu pequeno nariz arrebitado era pontilhado de pequenas sardas, que lhe conferiam uma aparência faceira e divertida. Mas sua principal característica eram seus olhos, de um verde intenso e brilhante, olhos que viam dentro da alma dos homens. Poucos na vila eram capazes de sustentar por muito tempo o seu olhar.

Mona, como ela era chamada pelos irmãos mais novos, era uma exceção no mundo de lavradores, simples e ignorantes que se formou em Alfa-Centauri depois da grande destruição. Poucos, como ela, conseguiam entender o que acontecia a sua volta, sem se voltar para as supertições e crendices que o padre da vila fazia questão de espalhar. Para eles Mona era um grande mistério. Os mais velhos a temiam, os mais novos a amavam. Poucos conseguiam estar com Mona sem ser tomados por sentimentos profundos.


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Nesta tarde Mona esperava ansiosamente a chegada da nave de transporte que vinha de Luyten. Morten Lindsor, o velho correspondente de guerra, viria para visitar seus pais, no que era para Mona o maior evento do ano. Desde a mais tenra infância ela se acostumara a sentar-se ao lado do velho amigo e ouvi-lo contar suas aventuras pelo espaço longínquo, falar sobre os lugares que conheceu, os perigos que enfrentou, as mulheres que amou e sobre o grande ataque, quando perdeu sua filha, Liana. Mona muitas vezes sonhou com Ceres e Francesca, com Juhani e com Milena, e acima de tudo, com Liana. Muitas vezes viu a si mesma no lugar da jovem filha do velho Morten. E pensar que seu pai quase o matou naquele dia, cinqüenta anos atrás. Até hoje os dois riem às gargalhadas de seu encontro nos dutos.

Depois que a grande guerra acabou, Monten Lindsor retornou a Centauria e procurou os sobreviventes, ofereceu ajuda e foi um dos responsáveis pela criação da vila de Nhagha, onde seu pai era, desde então, o principal líder. E todo ano ML vinha visitá-los e passar alguns dias com eles.

Como sempre a chegada de ML foi uma festa para a sua família. Aos oitenta anos de idade o velho repórter ainda conservava um tanto da vivacidade que o caracterizavam, mas este ano mona reparou o quanto ele havia envelhecido. A morte de May Lin no ano passado o abatera. Profundas rugas se formaram em seu rosto. O seu olhar não tinha mais o mesmo brilho. Mona sentiu pena do velho amigo de seu pai.

Um dia antes de ML partir, seu pai chamou-a na sala para uma conversa a dois. Depois de um tempo observando-a seu pai falou.

- Minha filha querida, você está tão crescida. Eu tenho pensado muito em seu futuro e conversado com sua mãe. Achamos que você merece muito mais do que essa simples vila de lavradores. Eu pedi a ML para levá-la para Luyten, onde você poderá estudar e aprender uma profissão. Se você quiser ir ele terá muito prazer com a sua companhia, agora que ele está novamente sozinho. Você quer ir para Luyten com o tio ML?

Mona não respondeu ao seu pai. Apenas um beijo e um abraço foram respostas mais do que suficientes. Ambos sabiam o quanto a menina queria ir embora de Nhagha. Dois dias depois Mona partiu de Centauri, para onde voltaria apenas uma única vez na vida, cinco anos depois, para trazer as cinzas de ML que ela, sozinha, espalhou nas ruínas da antiga cidade, onde tinha certeza que voltariam para junto de sua filha, Liana. Durante os cinco anos que conviveram ML foi como um pai para ela, e Mona sentiria falta de seu melhor amigo pelo resto de seus dias. Ao morrer ML deixou para Mona todos os seus bens. De certa forma Mona sentia que ela também fora para ML uma filha, como Liana.


Sete anos depois, Mona se formou na escola de paleo-alienismo de Luyten. Ela sabia que essa não era uma profissão das mais rentáveis, mas o que ML deixara era mais do que o suficiente para ela viver bem pelo resto da vida, de forma que poderia se dar ao luxo de fazer o que queria. Mona sempre fora uma menina voluntariosa, e agora, aos vinte e dois anos de idade, havia se tornado uma mulher extremamente decidida. Mona também tinha plena consciência de sua beleza e feminilidade. E isso a agradava.